Quando se fala no Vimeiro, de imediato associamos o nome às termas (que na verdade se encontram na vizinha Maceira) e às águas engarrafadas que nos habituámos a ver um pouco por todo o lado, sendo que atualmente talvez o seu nome não tenha a mesma projeção que teve noutros tempos. É também do conhecimento geral que em tempos travou-se ali uma importante batalha da qual Portugal saiu vencedor, numa época da nossa história algo complicado, onde o país correu o risco de perder a sua independência e da qual falarei mais adiante.
Vimeiro é assim uma vila pequena em tamanho mas grande em referências, que fica no concelho da Lourinhã, distrito de Lisboa, a uma distância de pouco mais de 70 km da capital.
Um destes dias, fui para os lados do Vimeiro e lembrei-me que nunca lá tinha estado, aproveitei para conhecer a vila e não foi difícil encontrar de imediato o seu ex-libris, um monumento erguido pelo centenário da famosa batalha. Foi inaugurado no ano de 1908, bem antigo portanto.
Mesmo em frente fica o Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro, o qual aproveitei para visitar. Tenho a dizer que é um edifício muito bem conseguido, em termos estéticos. Tem duas salas com exposição permanente e uma terceira onde decorre uma exposição temporária e que serve também de sala de conferências.
À entrada somos muito bem recebidos, explicam o funcionamento e disponibilizam gratuitamente material em suporte papel e informático para uma melhor compreensão do acervo exposto.
Entrada |
Fatos militares da época |
Réplicas do armamento utilizado nos confrontos |
Enquadramento dos confrontos |
Vista geral da segunda sala |
Vista geral da terceira sala |
Réplica do campo dos confrontos |
Painel em azulejo |
Um dado curioso é que o Centro de Interpretação está localizado numa zona estratégica, mesmo em frente ao campo de batalha. Nesta janela, observa-se exactamente o local onde se terão dados os confrontos entre as tropas portuguesas (com auxilio dos Ingleses) e as tropas francesas.
O Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro tem página de facebook, com toda a informação sobre os programas e acções a decorrer. De salientar que o Centro dispõe também de visitas guiadas com marcação prévia.
Indicações úteis:
CIBV - Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro
Horário:
Terça a Domingo: 10:00h /12:30h e das 14h/17:30h
encerra 2ª feira e feriados
Morada: Rua do Monumento, nº 17 A - Vimeiro 2530-835 Lourinhã
Telefone:: 261-988 471
Coordenadas GPS:
Lat: N 39°10'33.9"
Long: W 9°18'57.5"
E agora um pouco de história...
O início
Para situar esta batalha em termos históricos, teremos que recuar um pouco ao momento em que Napoleão dá início ao que chamamos Campanhas Napoleónicas. Pretendia com isso dominar os países que se opunham a si e para tanto uma das muitas estratégias desenvolvidas seria a de fazer um embargo aos produtos ingleses, o que ficaria conhecido como Bloqueio Continental.
Por uma série de factores e também como aliado histórico de Inglaterra, Portugal seria um território a conquistar, o que tentou fazer numa primeira fase estabelecendo um acordo com Espanha, com vista à passagem das tropas francesas. Iniciava-se assim a chamada Guerra Peninsular que acabaria por envolver países para além dos da Península Ibérica, pois Inglaterra seria chamada a intervir em território português.
A Batalha do Vimeiro
Para comandar as tropas enviadas numa primeira tentativa de ocupação territorial, Napoleão escolheu o General Junot. Mas Portugal havia solicitado reforços a Inglaterra e o General Sir Arthur Wellesley (mais tarde foi-lhe atribuído o título de Duque de Wellington) tinha preparado um exército constituído por soldados portugueses e ingleses. Os franceses transpuseram a fronteira, houve confrontos em varias localidades e a 21 de Agosto de 1808 foi travada uma feroz batalha que viria a provocar a retirada das tropas francesas. Alguns ainda resistiram ali perto mas a saída aconteceu pouco depois. Estima-se que tenha havido 1800 baixas da parte dos franceses e cerca de 700 entre o exército anglo-luso, contando com mortes, feridos, capturados e desaparecidos.
E foi assim, contado de uma forma muito resumida, uma das grandes batalhas da história de Portugal.
Espero que tenham gostado do post de hoje, necessariamente maior do que o habitual mas onde tentei mostrar, para quem não conhece, um pouco da nossa história.
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