14 de março de 2024

Castelo Mendo

Continuando com o tema do post anterior, seguimos para a próxima Aldeia Histórica. Castelo Mendo assim como outras aldeias à volta, desempenharam um importante papel na luta pelo estabelecimento das fronteiras portuguesas, impedindo o avanço das tropas do Reino de Leão, até à assinatura do Tratado de Alcanizes em 1297. Esta aldeia tem a particularidade de ser protegida por duas muralhas, construídas em duas épocas diferentes. Com foral concedido por D. Sancho I em 1186, deve o seu nome a D. Mendes Mendo que D. Dinis teria nomeado como responsável pela manutenção do local. Acreditamos, assim, que o nome do castro sofreu alterações desde a sua origem.

Situada a uma altitude de 750 metros, na margem esquerda do rio Coa, é sede de freguesia e faz parte do concelho de Almeida, distrito da Guarda.

Castelo Mendo é constituído por duas áreas distintas, muito embora ambas tenham origem na Idade Média: o burgo novo onde se situa a zona do casario e o burgo velho, mais acima e onde existe uma igreja em ruinas com vestígios de algumas casas circundantes. Aqui estará a origem da aldeia, de cujo castelo ficou pouco mais do que a memória, para além da torre de menagem e das muralhas.


Burgo Novo


Aldeias Históricas de Portugal
Porta da Vila


Aldeias Históricas de Portugal
Igreja de S. Vicente - séc. XIII


Igreja Matriz (de S. Pedro) - Sec. XIV

Fontanário

Aldeias Históricas de Portugal

Burgo Velho

Ruínas de edifícios

Ruinas da igreja mais antiga da aldeia original.



E assim nos despedimos de Castelo Mendo, deixando a aldeia para trás, rumo à próxima paragem.

Aldeias Históricas de Portugal
Vista geral de Castelo Rodrigo

Se estão a gostar de acompanhar esta viagem, não percam os próximos posts. É natural que vá intervalando com outros temas, mas no final estarão cá todas as aldeias pertencentes à rede das Aldeias Históricas Portuguesas.

Até à próxima!



8 de março de 2024

Linhares da Beira

Há cerca de dois anos fui conhecer algumas das aldeias que fazem parte da rede de Aldeias Históricas de Portugal. Fiz até alguns posts com o que de melhor encontrei em cada uma. Na altura conheci seis, de um total de doze e agora fui conhecer as restantes.

Como podem imaginar, irei postar um pouco do que foi o meu percurso por estas aldeias maravilhosas e na última postagem desta série, deixarei os links para poderem ter acesso rápido a qualquer uma delas.

Começo hoje com Linhares da Beira ou simplesmente Linhares como também se usa chamar.

Chegámos já ao fim da tarde, o que no inverno significa que nem seriam ainda 17:00. Mas o sol já descia no horizonte e numa subida ao castelo pude ver a aldeia dourada pelo sol.

Linhares da Beira é uma bonita aldeia medieval pertencente ao concelho de Celorico da Beira, distrito da Guarda. Habitada desde a antiguidade por vários povos, recebeu o primeiro foral das mãos de D. Afonso Henrique, corria o ano de 1169 o que demonstra o seu importante papel na ajuda à definição das fronteiras portuguesas. 

Passear pela aldeia é regressar no tempo, com as suas ruas em pedra, as casas  feitas de bloco de granito e toda uma preservação que a coloca na rota das aldeias mais bem preservadas do nosso país.

Linhares da Beira

Castelo de Linhares





Igreja Matriz







Linhares
Pelourinho


E assim me despedi desta aldeia maravilhosa que adorei conhecer. A noite iria chegar e estava na hora de seguir caminho, que ainda haveria muito para ver.







2 de março de 2024

A cidade da Guarda

A visita de hoje é à cidade mais alta de Portugal. Está situada a 1058 metros de altitude e é capital de distrito, em plena Beira Alta.


Como já repararam, hoje falo da Guarda, essa cidade tão antiga construída em granito, numa região fria e austera do interior do país. É um lugar cheio de história, habitado desde os primórdios conforme atestam os achados arqueológicos exibidos no museu da cidade, onde se encontram artefactos muito antigos, inclusive da Idade do Bronze. Por aqui passaram muitos povos, contudo, os Lusitanos mostraram ser um dos mais defensivos, resistindo à ocupação romana durante dois séculos. Mais tarde os Romanos conseguiram conquistar a região, sendo derrubados pelos Visigodos, os quais cederam perante outras civilizações até à chegada dos islâmicos, cuja destituição ocorre logo nos primórdios da organização territorial que viria a dar forma ao nosso país através de D. Sancho I que atribuiu foral à cidade em 1199. Por isto podemos ver como era uma região estratégica e bastante disputada ao longo dos séculos.

Um pouco desta história podemos ficar a conhecer numa visita ao Museu da Guarda que está situado num antigo edifício, outrora prisão, e que partilha as instalações com a Galeria de Arte Evelina Coelho. O edifício por si só é digno de uma visita. Todo construído em pedra granítica, é testemunha da passagem do tempo. Não pude deixar de espreitar a primeira porta que dá acesso à galeria e a um pátio bastante interessante.



Galeria de arte


Saindo para a rua e na porta ao lado encontram-se as exposições do Museu da Guarda, um local onde se pode ficar a conhecer um pouco sobre a cidade, desde os vários povos que habitaram ainda no inicio da civilização até à época em que a região da Guarda fazia parte do vasto império romano.

Pátio interior do Museu

Idade do Bronze

Mapa do Império Romano

No museu existem salas dedicadas a grandes vultos da cultura portuguesa, aqui destacando-se José Saramago e Sophia de Mello Breyner Andersen.



Mas existem pormenores no edifício dignos de registo, como seja esta porta que é um exemplo extraordinário do que restou da antiga prisão.


Estava uma manhã de inverno amena e cheia de sol, pelo que deu para passear tranquilamente pela cidade, que sendo pequena, se percorre com muita facilidade. Partindo do centro é fácil calcorrear as rua e espreitar, pois em cada uma existe sempre um pormenor que chama a atenção. Os edifícios antigos foram erguidas com blocos maciços de granito e os mais bem conservados exibem traços característicos de uma época remota. Algumas casas estão convertidas em unidades hoteleiras, como por exemplo o Solar do Alarcão.


Solar do Alarcão

Um dos mais importantes edifícios da cidade é a Igreja da Misericórdia. Não há certezas quanto à data da sua construção, que terá sido faseada e sujeita a reconstruções ao longo dos anos, mas sabe-se que terá sido reconstruída em inícios do séc.XVIII.

Igreja da Misericórdia



Definitivamente quando pensamos na cidade da Guarda, a primeira imagem é a sua majestosa Sé Catedral. Considerado hoje Monumento Nacional, terá sido mandada construir por D. Sancho I, num estilo românico de que não existem praticamente vestígios. Como acontecia normalmente nestes edifícios, o mesmo viria a sofrer alterações e engrandecimento, tendo sido reconstruído mais tarde durante o reinado de D. João I no XIV num traçado Gótico a que se lhe juntaram apontamentos ao estilo Manuelino.

Guarda

Estátua de D. Sancho I
Estátua de D. Sancho I que atribuiu foral à cidade em 1199

Sé Catedral da Guarda

Espero que tenham gostado deste percurso por uma das cidades mais interessantes mas simultaneamente discretas do nosso país. Toda ela respira história, a antiguidade no bom sentido, não deixando, no entanto, de ser uma cidade aberta ao visitante. A modernidade também já chegou, notando-se um crescimento refletido na moderna construção fora do centro da cidade. Mas as zonas históricas mantem um traço característico, o que permite disfrutar de um ambiente tranquilo e cheio de memória.



25 de fevereiro de 2024

Coelhos de Páscoa

Olá a todos. Espero que se encontrem bem. Para quem estranhou a minha ausência... não há motivo nenhum em especial, mas por vezes precisamos de parar e recarregar baterias. Agora conto passar a vir cá com maior frequência, voltando ao ritmo anterior.
Por aqui tem-se costurado já a pensar na Páscoa e entretanto foram surgindo pequenos coelhos que rapidamente esgotaram. 
Fico feliz sempre que isso acontece.



 E vocês, já estão focados na Páscoa que se aproxima? Têm planos? 

4 de janeiro de 2024

Verity

Já conheço a autora desde Isto Acaba Aqui, cuja review podem ler neste post. Mas para muitos, o melhot de Colleen Hoover até ao momento é o Verity. Lançado em finais de 2018, chegaria a Portugal cerca de um ano depois e veio confirmar que Colleen Hoover é daquelas escritoras que a cada lançamento estabelece um novo record de vendas.

Colleen Hoover

O Livro

A história começa com Lowen Asleigh a testemunhar um atropelamento quando se dirige para uma reunião de trabalho. O episódio é contado na primeira pessoa e mostra toda a ansiedade da jovem escritora com pouco sucesso e muitas dificuldades financeiras, que virá a ter a grande oportunidade para equilibrar as contas ao ser contratada para dar continuidade à série de livros que uma outra escritora famosa deixou de poder escrever depois de um acidente a tornar completamente incapacitada para terminar o contrato editorial. Só que para conseguir ter coerência no desenrolar da série, Lowen terá que conhecer muito bem Verity, a famosa escritora. E para isso irá ter acesso ao seu mundo, incluindo o meio familiar e toda a vasta escrita deixada no desarrumado escritório da casa onde o atraente marido Jeremy e o filho de ambos habitam.

Só quando Lowen descobre o diário secreto no meio de tantos papeis é que se apercebe que pode estar perante uma personalidade muito mais complexa do que até aí supunha, o que a coloca numa situação em que ou conta o que descobriu, ou omite e deixa que o marido continue a pensar que vive e cuida de uma mulher extraordinária.

Este livro teve posteriormente uma edição especial com um capítulo extra, o qual hoje em dia pode ser facilmente encontrado na internet, dando assim uma nova dimensão à história anteriormente apresentada.

A Minha Opinião

É um livro que se lê facilmente. A escrita de Collen é acessível, o que explica o enorme sucesso que tem vindo a obter. É uma história que tem mistério, tensão e romance, tudo ingredientes que facilmente prendem o leitor. Se é o tipo de livro que recordarei daqui a alguns anos? Não é, de todo, mas cumpre o seu papel, proporcionando horas de distração. Eu compraria de novo.

Posto isto, se procuram uma leitura desenvolta e que entretenha, este livro é indicado para o efeito. 

2 de janeiro de 2024

Feliz Ano Novo


Já é um hábito antigo, sempre que possível, ir ver o mar logo no primeiro de Janeiro. É assim uma espécie de renovação e para mim a água, seja do mar ou não, tem um efeito calmante e rejuvenescedor.

Que seja um ano bom a todos os níveis e para todos os que aqui passarem vão os meus desejos de prosperidade e muita coisa boa.

Feliz 2024!


28 de dezembro de 2023

Ponte Ciclopedonal e passadiço

Inaugurada em Agosto de 2023 a Ponte Ciclopedonal sobre o Rio Trancão é a extensão do percurso que surge no Parque das Nações e marca a passagem entre os concelhos de Lisboa e Loures. É uma ponte feita em aço e madeira e tem como continuação um passadiço que segue à beira do Tejo na direção de Vila Franca de Xira. Está pensado para fazer parte de uma rede de percursos pedonais que irá sendo continuamente alargada.

É um local excelente para fazer uma caminhada e tem-se acesso ao passadiço por várias entradas no seu percurso, não sendo necessário começar numa das extremidades. Fui conhecer a pequena ponte sobre o rio Trancão quando este se encontra com o rio Tejo, em Sacavém e fiz uns quantos metros até ao primeiro observatório. Estes abrigos estão espalhados ao longo do passadiço e permitem descansar enquanto de observa a paisagem natural.

O encontro do Trancão com o Tejo

A ponte a unir dois concelhos


Ao fundo, a ponte Vasco da Gama, sobre o Tejo


Primeira paragem num posto de observação


E a partir daqui seguiria para o próximo ponto de observação se continuasse a caminhar, mas voltei para trás. Talvez numa próxima oportunidade faça uns quantos quilómetros.





É sem dúvida um percurso encantador que eu aconselho muito a experimentar. E por aí, alguém gosta de fazer caminhadas em passadiços?