Aqueduto das Águas Livres

O abastecimento de água às populações das grandes cidades foi sempre um problema de difícil solução. Lisboa tem o rio Tejo mas não era viável captar ali a água para consumo doméstico e já na época da ocupação romana foi implementado um sistema que permitia trazer água potável das terras vizinhas. Mais tarde e aproveitando parte de um percurso já existente, deu-se início à construção do Aqueduto das Águas Livres que é hoje um dos mais emblemáticos monumentos da cidade de Lisboa. 

Demorou 68 anos a ser construído, tendo sido inaugurado em 1799. Trata-se de um sistema que permitiu trazer água para Lisboa a partir de várias nascentes dos arredores, mais precisamente da zona de Belas em Sintra. Até pouco mais de meados do séc. XX a cidade ainda era abastecida em parte pelo aqueduto.

Há uns tempos tive vontade de conhecer melhor toda esta estrutura e consegui percorrer uma grande parte dela. Fui até à zona das primeiras captações de água, algures em Belas. A estrada passa por perto e tem sinalização, sendo relativamente fácil chegar próximo do local.

A partir dali e até Lisboa são 14 quilómetros em que o aqueduto passa por diversas localidades e torna-se mais ou menos visível, conforme os declives. Chegado a Lisboa existem vários troços do aqueduto principal que levavam a água às galerias que por sua vez eram ligadas a chafarizes públicos aos quais a população recorria para ter água. Para ficarem com uma ideia mais concreta, têm aqui a explicação com mais pormenores.

Em Lisboa atinge a altura máxima na zona do vale de Alcântara e é esse troço que está aberto ao publico, permitindo percorrer uma parte exterior, uma vez que o espaço onde antes corria a água é ladeado por dois caminhos que serviam para fazer a manutenção da estrutura.

A visita começa na Calçada da Quintinha onde somos recebidos com toda a informação, desde detalhes do percurso que se encontram expostos assim que atravessamos o portão principal e percorremos o pequeno jardim, até dar entrada no caminho pedestre que acompanha o aqueduto propriamente dito. 

A visita é toda efetuada ao ar livre e consiste numa volta que se efetua de um lado do aqueduto,  atravessamos sobre o antigo percurso de água e voltamos ao ponto de partida. Dá para ver uma parte da cidade, de uma altura de 65 metros. As imagens falam por si.

O tanto que ainda há para percorrer...

... e o que ficou para trás.

Em direção ao ponto de partida, depois de atravessar para o outro lado do aqueduto.

É uma visita que aconselho vivamente, de preferência em dias de sol, com calçado próprio para caminhar, pois embora o piso seja a direito, ainda se tem que andar cerca de 900 metros para cada lado.

O Museu da Água integra todo o complexo de sistemas de captação e transporte de água que serviu Lisboa no passado e pode ver toda a informação aqui. Tem, inclusivamente áudio em vários idiomas.

Informações gerais:

Bilhete: 6 euros (a partir dos 18 anos) - Grátis no 1º domingo de cada mês

Horário: de terça a domingo das 10h às 17:30h (encerra às segundas e feriados)

Morada: Calçada da Quintinha nº 6 - 1070-225 Lisboa

Coordenadas GPS : 38º43'47.09"N 9º10'13.55"W

Espero que tenham gostado desta visita, é sempre um prazer partilhar estas imagens com todos.