Adoro jacarandás e toda a sua explosão de cor que a primavera faz despertar. E também Eugénio de Andrade pela verdade comovente da sua escrita. Eis a junção dos dois:
Aos Jacarandás de Lisboa
São eles que anunciam o verão.
Não sei doutra glória, doutro
paraíso: à sua entrada os jacarandás
estão em flor, um de cada lado.
E um sorriso, tranquila morada,
à minha espera.
O espaço a toda a roda
multiplica os seus espelhos, abre
varandas para o mar.
É como nos sonhos mais pueris:
posso voar quase rente
às nuvens altas – irmão dos pássaros –,
perder-me no ar.
Eugénio de Andrade in Os sulcos da sede
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